sábado, 8 de agosto de 2009

Submersão


Cada centímetro do meu corpo doía de frio quando submergiu naquela água tão fria em que caí. Meu corpo parecia contorcer-se involuntária e violentamente em busca de algum sólido. Meus pés esticados tentavam tocar algo, ao mesmo tempo em que desordenadamente tentavam manter minha cabeça para fora da água.

Era desesperadora a tentativa tão vã de erguer-se dali. Mais difícil a cada segundo passado, pois todos os músculos foram-se cansando e desistindo de lutar.

Todo o esforço dificultava a respiração e o cansaço parecia algo a me puxar o corpo com muita força em direção ao fundo. Um fundo que eu não sabia estar tão longe e temia mesmo assim. Os pés que tentavam alcançá-lo, agora pareciam pedras de gelo e se contorciam em câimbras terríveis.

Toda a dificuldade em respirar fez com que algo quente se sobressaísse ainda a todas as sensações. Era vermelho e manchava alguma extensão de água e espuma que cercavam meu corpo frio, quase congelado. Ainda restava alguma força, portanto ainda rebatia os braços e tentava manter o rosto acima da superfície.

Não durou mais do que dez minutos. Foi um reboliço violento e gigantesco, mas era totalmente vão. Ainda foi possível sentir a água gelada percorrer toda as vias respiratórias antes de encher os pulmões e permitir-me a inconsciência. Fez-se, então, muito silêncio.

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