domingo, 28 de fevereiro de 2010

Terça-feira

A reunião se estendia ainda mais cansativa pela falta do ar-condicionado, em manutenção, em conjunto ao dia quente que se fazia naquela quarta-feira. Os cubos de gelo não se destacavam por muito tempo dentro do copo com água, logo se tornava homogêneo o estado do que havia dentro do copo sobre a mesa.


A reunião era mais uma daquelas rotineiras, onde se repetia tudo o que havia sido proposto na quinzena anterior: os projetos, as metas, as funções. Nada que não pudesse ter sido adiado. A reunião não era tão urgente, urgente mesmo era fugir dali.


O cansaço de Roberto ia um tanto além do calor e das horas ocupadas pela reunião.

Fosse qualquer outro dia da semana, fosse a reunião conduzida dentro de um frigorífico, ou apenas nas condições perfeitas do ar-condicionado, ou que durasse a reunião apenas um quarto de hora, não seria diferente. O cansaço era o terno que vestia, o couro da cadeira que ocupava, a vista da cidade que se tinha naquele andar, os rostos feios dos outros ocupantes da sala, o copo e o corpo suados, e até o rosto moldado em exibição. Enfim, o cansaço entrara junto dele pela porta e havia se tornado tudo que fazia sentido dentro daquela sala.


Quando a reunião foi encerrada, Roberto foi um dos primeiros a se levantar, já com as coisas prontas ara sair o mais rápido que pudesse daquele prédio imponente de apartamentos comerciais, que por ele tinha o apelido de inferno. Despediu-se brevemente dos amigos de trabalho, só os mais chegados, e se lançou quase que correndo pelos corredores até o elevador, o único do andar.


Adentrou-o com uma feição estranhamente animada. Era o único ali com tal animação.

É que, na verdade, só ele mesmo é quem tinha um bom motivo para se animar, mas tinha que correr, pois estava atrasado para o compromisso.


Pegou o carro no estacionamento e o guiou velozmente, mas não ia muito longe. Cerca de três quadras adiante viraria à esquerda e seguiria reto por mais duas ou três quadras, quando encontraria o portão de estacionamento do parque. Ufa! Chegou a tempo! Antes ainda de sentir alívio completo, observou e notou que seu banco predileto ainda estava vazio. Sentou-se e pronto. Havia ali um encontro, um compromisso semanal, coincidente quinzenalmente com as reuniões no trabalho. Era o Pôr-do-Sol, que naquela tarde, satisfatoriamente, se deu em céu aberto. Era ali o único a notar isso, jurava então, seguramente, que era dentre todos no parque o que havia tido a melhor terça-feira e o melhor preparado para a quarta.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

FIGHTER

Ao terminar de ler a carta, não pode conter a ânsia. Correu o mais rápido até o banheiro, onde se debruçou sobre o vaso sanitário e despejou toda a bile amarga. As contrações abdominais eram violentas e logo o esforço rompeu alguns vasos sanguíneos, que coloriram de vermelho aquela amarelo hepático que desenhava o seu desespero.
A carta não estava sendo esperada e não trazia boas notícias. As más notícias contidas eram alguma espécie de chá pra provocar o vômito.
Arfava golfadas importantes de ar, mas quando voltava à carta, era tomada de soluços desesperadores e sofridos. O som que emitia era semelhante ao de um cachorro atropelado que não teve a sorte de morrer. Sim, a carta fizera isso. Agora ela sabia o que era, era um simples cachorro que, machucado no atropelamento, não morreu. Agora gritava, implorava um golpe na cabeça, um golpe capaz de silenciá-la.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Novidades

Ai, que mês de janeiro difícil!

Bom, muitas coisas foram ruins por aqui e eu logo comecei a pensar no ano de 2009. É, 2009 teve um começo meio chatinho, só que isso depois de janeiro, lá pra fevereiro ou março. Verdade que depois melhorou muito, mas, de qualquer forma, 2009 acabou todo errado e eu tive a certeza de que era o pior ano de que me recordava.

Quando vi janeiro já começando bem mal, fiquei desesperado. “Imagina como seria, então, um ano em que as coisas ruins chegaram ainda mais cedo que em 2009?”, eu pensei. Pois é, não dá pra relatar o quão ruim foi esse mês de janeiro.


Tudo bem, janeiro passou.

No penúltimo dia do mês, dia 30, portanto, completei os tão esperados dezoito anos. Cara, não muda muita coisa, eu já percebi. Mas quem se importa? Na segunda-feira, dia 1º, eu estava lá na auto-escola fazendo minha matrícula. A atendente lá até se espantou, mas eu não poderia esperar nem mais um dia, de verdade. Eu ganhei a Habilitação dos meus tios, queria até agradecer aqui.


Outra coisa legal é que fui aprovado na Fuvest lá. Então, serei, provavelmente, aluno de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Estou feliz com isso, de verdade. Estou feliz também pelos meus amigos que conseguiram ser aprovados também. Contudo a tristeza por aqueles que não conseguiram ainda (esperando outras chamadas) me faz não conseguir ficar tão feliz, sabe?


É, eu queria que comemorássemos todos juntos.

Bem, estou torcendo por eles quanto as próximas listas. Espero que dê tudo certo!


Bom, ainda tenho que ressaltar que estive um tanto afastado da Internet nos últimos dias, pois meu computador estava quebrado. Estou louco pra terminar textos que deixei pela metade aqui (acabando com esse clima de diário) e louco pra ler alguns blogs por aí. Ai como é bom ter a Internet de volta

\o/